propagação cósmica do grito ou do silêncio?
live 3 de PAIOl
Estreou em 1° de outubro
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CDs de Douglas Germano à venda na loja Boca de Lobo.
Estreou em 29 de setembro
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Estreou em 10 de setembro
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LIVE 1 DE PAIOl
Estreou em 27 de agosto
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Terceiro disco de Douglas Germano estreia selo Boca de Lobo
AS FLECHAS DE DOUGLAS GERMANO
A “Escumalha” risca o chão com a ponta do violão de Douglas Germano virado em faca e dá a volta ao mundo nos arrepiados das capoeiras. Feito isso, arma o fuzuê num forró no Muquém, lambuza a língua do banzo com os folguedos dos toques do Congo, serpenteia em acordes abraçados aos tambores ancestrais do mundo e chama, com as bênçãos do orixá e parceiro Aldir Blanc, os babacas daquilo que eles de fato são: canalhas e vendilhões que comandam, em direção ao precipício, a nau de insensatos.
A brasilidade que transborda das canções deste trabalho/gira de macumba é tudo aquilo que o Brasil oficial e colonial odeia. Por aqui passeiam sentidos, afetos, sonoridades, rasuras, contradições, naufrágios, ilhas fugidias, revoada de maracanãs e picadas de maribondos: saravá e samba.
A música e os versos de Douglas Germano, em voo solo ou com parceiros, vivem na síncope de Tião Miquimba, no drible de Garrincha, na dobra do tambor do santo, na oração das carpideiras, no cachimbo de Preto Velho que bafora Tempo, no esporro dos tambores de guerra das matas e cidades. Chamam pra porrada e acariciam o remanso das insignificâncias dos versos desinventados de Manoel de Barros.
O Brasil oficial tem verdadeiro horror ao Brasil da brasilidade, nosso rancho dos fodidos, lanhados, exterminados, encantados, contra o vento, o rei, a lei, o altíssimo, a foice, o facão, o canhão e o arado. Douglas é arauto de Palmares, Caldeirão, Angicos, malês, cabanos, confederados, tupinambás. Cambono do povo de rua!
Eu já deixei o Brasil – um empreendimento horroroso de morte e desencanto – faz tempo e fui morar, arriar padê e cuspir marafo na encruzilhada da brasilidade, a sua maior inimiga. O Brasil oficial é o assassino de Brumadinho. O Brasil da brasilidade, que há de nos salvar do oficial, é exatamente aquele que ressoa em cada faixa da Escumalha. É disso que se trata aqui.
Douglas Germano é o capitão da mata das sonoridades brasileiras, Oxóssi capangueiro da jurema, com seu bornal de palavras. Dono das flechas – o violão é o arco – que rasgam o peito do vil malandrão e alumiam a noite escura pra reunir a aldeia e dizer que é a morte – um empreendimento dos tiranos – que morrerá aqui, desmantelada. Saravá!
Luiz Antonio Simas (texto de apresentação do álbum)
Valhacouto
Douglas Germano / Aldir Blanc (MARÇO 2019)Foi na Alemanha
que a escumalha
fez armas virarem leis
Em vales de lama
onde a canalha
roubava vidas sem talvez
É um valhacouto:
sangue e mentiras
vitória da insensatez
Crianças matando
imitando tiras...
Vale da morte, estupidez
Chacais arrancando na marra valor
de gente que nem trabalhou...
Escroques, laranjas, fantasmas, vilões
um horror
A eterna irmandade do mal
a bandalha metralha revezando a vez
Se é duro prender um bandido
imaginem três, seis, MIL!
Quero danças sobre as ruínas
dos reinos da escuridão
Riam, riam, o circo começou a lamber
Eu quero beber pelas esquinas
reza, rimas
Mas vou precisar de vocês!
Foi na Alemanha
que a escumalha
fez armas virarem leis
Entraram na guerra
pensando em mil anos
– a arrogância durou seis...
Violão e voz: Douglas GermanoCavaquinho e bandolim: Henrique AraújoFlauta e sax: João PoletoBaixo acústico: Renato EnokiBateria: Rafael Y CastroPercussões: Henrique Araújo, Xeina Barros, Rafael Y Castro e Douglas GermanoCoro: Alfredo Castro, Cristiano José, Dênia Campos, Diego Maurilio, Flora Poppovic, Negravat, Tânia Viana e Xeina BarrosArranjo: Douglas Germano
Produção executiva: Fabio GiorgioProdução musical, mixagem e masterização: André MagalhãesDireção musical e arranjos de base: Douglas GermanoArranjos: Henrique Araújo, João Poleto e Renato EnokiImagens: Adriana Aranha, Arnon Gonçalves (capa) eXirumba Amorim (contracapa)Direção de arte: Deiverson Ribeiro
Gravado no Estúdio 185, entre 14 e 25 de março de 2019.
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